
Estudo de genomas, controle químico e microbiológico contribuem na etapa da produção alcoólica.
Ao mesmo tempo em que o hábito de pegar fermento do vizinho ainda não ficou totalmente para trás apesar dos prejuízos decorrentes dessa prática, o processo de fermentação alcoólica em destilarias brasileiras tem avanços significativos. A assepsia, o controle químico e microbiológico, a utilização crescente de leveduras selecionadas estão criando condições favoráveis para elevar o rendimento durante o processo fermentativo. Existem também novidades, como o desenvolvimento de novas cepas e o lançamento do biorreator em aço inox, sem canto vivo, que é uma alternativa em relação às dornas convencionais, com vantagens no quesito assepsia. Além de tudo isto, os estudos do genoma de leveduras e pesquisas desenvolvidas na área de engenharia genética deverão ser determinantes para um novo salto de qualidade na fermentação.“A engenharia genética pode contribuir muito no aperfeiçoamento da levedura para a produção de álcool, e também de destilados, inserindo ou deletando genesque são importantes para a produção de determinado composto, que podem ser bons, ou ruins, para o tipo de álcool que queremos produzir”, afirma Henrique Amorim, presidente da Fermentec, empresa de consultoria de Piracicaba, SP, especializada em fermentação alcoólica e controle laboratorial de todas as etapas de produção de açúcar e álcool. Para diminuir custos e elevar a eficiência durante o processo de produção, universidades e instituições de pesquisa desenvolvem trabalhos nessa área.Uma equipe de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) produziu, por exemplo, uma linhagem da levedura Saccharomyces cerevisiae que tem a capacidade de combater as bactérias contaminantes de dor- nas onde ocorre a fermentação do caldo de cana-de- açúcar, também chamado de mosto. “A universidade já estuda propostas de empresas para a produção comer- cial dessas leveduras”, diz a professora Ana Clara Guer- rini Schenberg, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, coordenadora da pesquisa.Essa descoberta que já foi patenteada deverá gerar diversos benefícios à produção de etanol, pois as bactérias introduzem no processo produtos de metabolismos indesejáveis, como ácidos orgânicos. Competem também pela sacarose e outros nutrientes do mosto. Para combater a contaminação bacteriana, as unidades produtoras de álcool precisam também utilizar diversos tipos de antibióticos.
Origem do Artigo: JornalCana
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